sábado, 20 de dezembro de 2008

Avani Santana e Zita Santa Cruz

Adesões de Avani Santana, do Centro de Referência da Mulher "Márcia Dangremon", e Elzita Santa Cruz, ativista pelos desaparecidos políticos, ambas de Pernambuco, falam sobre a Marcha Mundial pela Paz e Não-violência.





Elzita Santa Cruz, 90 anos, nasceu na zona da mata brasileira e dedicou-se à casa e aos
cuidados de seus 10 filhos. Sua família foi profundamente atingida pela ditadura militar.
Teve um filho desaparecido, uma filha presa e torturada por mais de um ano e outro filho
expulso da universidade pelo decreto 477. Lutou e até hoje luta pelo esclarecimento do
desaparecimento de seu filho. Além disso, recebeu inúmeras ameaças de morte. Esteve na
Praça de Maio, na Argentina, em 1994 para, junto com outras mães, denunciar as
atrocidades da ditadura brasileira.
Dona Elzita foi uma das fundadoras do PT em Olinda, da comissão das mães e parentes
dos desaparecidos políticos, participou ativamente do movimento pela Anistia e até hoje
milita no Tortura Nunca Mais de Recife. Recebeu o Prêmio Chico Mendes como uma das
mães que mais lutou para conseguir os restos mortais de seu filho. Sua luta inspirou o
livro “Onde está meu filho?”, cujos autores são Chico de Assis, Cristina Tavares, Gilvandro
Filho, Gil Brandão e Jodeval Duarte. Hoje, sua busca incansável pelo paradeiro do filho
ensina às famílias de vítimas de grupos de extermínio, tortura em delegacias, etc, sobre
como lutar por justiça.
Foi escolhida por uma ONG suíça, que lançou o projeto Mil mulheres pela Pazm para concorrer
ao prêmio Nobel da Paz.

Avani Santana, coordenadora do Centro de Referência "Márcia Dangremon" onde cerca de 20 profissionais, entre eles assistentes sociais, psicólogos, advogados e educadores disponibilizam atendimento 24h. “Resolvemos pelo funcionamento nos períodos da manhã, tarde e, principalmente, à noite porque a maioria das agressões contra mulheres acontece neste horário”, afirma Avani Santana.
Segundo dados da Delegacia Especializada da Mulher do Recife, Olinda possui o segundo maior número de agressões do Estado. Só de janeiro a julho deste ano, foram registradas cerca de 700 ocorrências, entre lesões corporais, ameaças, queixas comuns, assédios, atentado violento ao pudor e estupro no município. Foi pensando nesses números que a Coordenadoria da Mulher reservou para o segundo dia de atividades uma programação especial para as usuárias do Centro de Referência, quando serão discutidos os direitos das mulheres.

Fontes:
www.agendacultural.olinda.pe.gov.br
http://200.130.7.5/spmu/

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World March for Peace and Nonviolence

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